Blog do Fred Alves

Azulzinho da cor do céu

21/02/2014 11h52 - Atualizado em 25/02/2014 13h53

Hoje cedo eu chorei, mas meu choro não é nada perto das lágrimas derramadas pelo meu amigo Dalci, pai do pequeno Lucas, de 7 anos, que nos deixou prematuramente na última quarta-feira.

Encontrei Dalci na porta da casa da sua mãe, vizinha a da minha mãe ali na Rua Guimarães Natal, de tantas histórias em nossa Pedro Afonso.

Chorando Dalci falou da saudade de quem perdeu o único filho, também o único neto do lado materno. Falou com carinho do filho, cheio de sonhos e que estava feliz pela mudança para a casa construída com tanto esforço pelos pais lá no Aeroporto II, onde moravam desde o último dia 10 de fevereiro.

Nas suas palavras a lembrança do filho brincalhão e amável com os pais, familiares e amigos. Era visível o sentimento de saudade do menino inocente que sonhava com a instalação da TV a cabo, mas que se contentava com os brinquedos que tinha. Lembrou do garoto indo para a escola de relógio e correntinha no pescoço com pingente onde se via a letra L de Lucas. Era um garoto, mas dizia ao pai: “já sou homem”. O “menino- homem” que dividia a jaqueta com o colega Iago.

Recordação do menino que quando via o Jâncio pedia ao pai para ir dá um abraço no amigo.

Dalci lembrou do Luquinha que no último dia 15 de fevereiro comemorou o aniversário do pai com um brilho no olhar e falou que cuidaria dos avós maternos que vivem sozinhos em outra cidade. Recordou do menino encantado com o banho de piscina na casa de um irmão da Igreja Batista Nova Jerusalém.

“Papai eu te amo”, relembra o pai da frase repetida frequentemente pelo filho.

Ontem Dalci voltou à casa da família e passou a noite se revirando na cama sem conseguir dormir. Na cabeça a lembrança daquele menino dócil e que gostava da tia Teté da Jandevan, tanto que pediu ao pai para comprar um presente para a professora preferida.

O meu choro não é nada perto daquele derramado por Dalci. Aquela é uma dor imensurável de quem diz: “Filho não deve morrer primeiro do que o pai”.

Talvez o único consolo sejam os bons momentos que os pais viveram com o pequeno Luquinha em sua curta passagem por essa vida. “Deus nos deu ele por 7 anos de uma intensa felicidade”, lembra Dalci.

A parede “azulzinho da cor do céu” do quarto da criança, como dizia o garoto, continua lá. Continua também o vazio pela perca repentina de alguém tão amado. Ao pai restam as lembranças de um tempo bom ao lado do filho amado. Saudades Luquinha!!!
 

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